Recentemente a editora Salvat publicou mais uma da série de Graphics Novels da Marvel que tem saído regularmente em bancas brasileiras. Em vésperas do novo longa metragem do filme do Capitão América, saíram Capitão América e o soldado Invernal e a mais recente Capitão América: A escolha.
Capitão América : A escolha trata de um universo alternativo, onde o capitão América está doente e prestes a morrer. A história não apresenta crossover com mais nenhum herói Marvel. É uma história fechada onde o o personagem de ação é um soldado americano que está no Afeganistão e durante as batalhas, cercos a acampamentos terroristas e armadilhas dos terroristas afegãos, ele vê o capitão América o ajudando. A história é excelente, em minha opinião, muito bem escrita porém... A grande quantidade de propaganda ideológica norte americana na história me fazia engasgar quando lia.
Para quem não sabe, sou professor de geografia. Recentemente ,para minhas turmas de oitavo ano estou trabalhando a regionalização do espaço e entre os temas abordados temos a regionalização do espaço geográfico pelo critério de desenvolvimento e a época da guerra fria com o mundo dividido entre mundo capitalista e mundo socialista. Em ambos os temas, os EUA tem papel principal. Desde a guerra fria que os EUA fazem propaganda do sistema capitalista e sua luta pela "liberdade".Trabalhando o tópico guerra fria, acabei por explicar a segunda guerra mundial, momento anterior a este momento história para que os alunos entendessem como o mundo chegou na situação de equilíbrio do terror entre EUA e URSS.
Os quadrinhos exploraram este tema até o esgotamento. Não só as HQs, mas os games e diversos filmes abordaram a temática. Temos diversos personagens oriundos deste momento histórico: O Colossus dos X-Men, O Zangieff de Street Fighter, o Omega Red, inimigo do Wolverine, o Soldado Invernal, que é o Bucky, o ajudante mirim do Capitão América durante a segunda guerra mundial, explicado tim,tim por tim,tim na graphic Novel, Capitão América: O soldado Invernal, a Viúva negra... Enfim, muitos.
Acontece que por muitas vezes os "vilões" da vida real são transportados para os quadrinhos. Porém como estamos falando de quadrinhos norte americanos, estes "vilões" da vida real na verdade são aqueles que os EUA consideram vilões. E quem os EUA considera vilão? Todas as nações que não tem o mesmo modo de vida norte americano.
Entrando na temática de conflitos mundiais ,acabei chegando em terrorismo e passei um trabalho baseado no texto de Nano Souza, do site Universo HQ: "Capitão América: Herói ou vilão?"
O texto trabalha a perspectiva do Capitão ser essa propaganda ideológica norte americana, pregando a maneira de viver dos EUA e enaltecendo o País. O Capitão América seria então um "Agente do imperialismo norte americano" tendo em vista que imperialismo é uma política de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre a outra, ou sobre várias regiões geográficas.E nos dias atuais, com a globalização e uma grande parte do mundo consumir os produtos norte americanos e cada vez mais se portar como os norte americanos, fica difícil dizer que não exista uma estratégia imperialista dos EUA. Parece até teoria da conspiração, mas tratando de mercado e tudo que já foi visto...
E é neste contexto que saiu a Capitão América: A escolha. A história inicia com a visão de um soldado norte americano no Afeganistão sobre os terroristas, e no decorrer da história o Capitão América auxilia mentalmente este soldado por sua Índole. O cara é do Bem. Mas o texto claramente apresenta a opinião dos EUA quanto a outro povo, de modo de vida diferente do norte americano. É praticamente um julgamento, e quem lê de maneira despreparada, concorda sem pestanejar.
Não, longe de mim tentar proteger terroristas e atos de violência! Mas vamos parara para pensar, adquirir um embasamento sobre o assunto? Comecemos conceituando terrorismo, é uma ação caracterizada pelo emprego de violência, de maneira sistemática para criar situações de medo, visando um objetivo político.
O falecido líder Iasser Arafat da Palestina, ou o ex-primeiro ministro de Israel, Menahem Béguin, foram em épocas diferentes, considerados terroristas. Mais tarde ambos foram reconhecidos como líderes de seus povos e agraciados com o prêmio Nobel da paz. Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul , reconhecido como um dos líderes políticos mais respeitados no mundo, antes de falecer, foi considerado terrorista pelas autoridades do governo do país durante a vigencia do regime racista. Foi preso durante 27 anos.
O terrorismo no Brasil ocorreu durante a ditadura militar. Grupos formaram guerrilhas urbanas e rurais constituídas por estudantes e intelectuais. E o governo respondeu com mais repressão, provocando terrorismo de Estado. Foi criado o AI5, que suprimiu os direitos individuais e coletivos da população!
Nos EUA temos o terrorismo doméstico. Dois casos famosos são de Unabomber, que pelo correio durante duas décadas mandou cartas bombas para suas vítimas e Timothy McVeigh, que sentindo-se prejudicado pelo governo, matou 168 pessoas em uma explosão do prédio do governo federal.
Mas nenhum ato de terror é tão mais conhecido do que a explosão das torres gêmeas pelo grupo fundamentalista Islâmico Al Qaeda.
Com maior projeção da mídia mundial, as origens deste grupo remontam a Guerra fria! O Afeganistão lutava contra a URSS para impedir a ocupação. Para frear o socialismo, Os EUA APOIARAM vários grupos islâmicos extremistas, entre eles o Talibã. Um dos dirigentes que recebeu apoio dos EUA na resistência? Osama Bin Laden.
Os EUA, lógico, procuraram estabelecer seu domínio na região do oriente médio, local que possui 60% das reservas petrolíferas do mundo. E é aí que temos a criação da Al Qaeda, que significa A base,e os atentados que fizeram o mundo derramar lágrimas pelas vítimas do World Trade Center.
A história de Capitão América: A escolha, é logo após os atentados terroristas. Antes porém de 2001 já seguia-se um sentimento antiestadunidense no mundo, e mesmo depois dos atentados e da eleição de Barack Obama, ainda encontramos uma crescente antipatia contra os norte americanos. Chegaram a radicalizar: Fãs da Marvel, porém com um gabarito universitário e visão política formada, pediram para a Panini não publicar histórias de teor político do capitão América. Arcos inteiros não deveriam ser publicados devido ao conteúdo político da série do personagem.
E o capitão América é aquele que realmente carrega o estigma de ser norte americano: Seu uniforme é a bandeira do país. Estudiosos afirmam até que ele representa a ideia militarista do próprio Estados Unidos: Ele é um herói intervencionista e tem como sua arma um escudo: Representando que os EUA só atacam para se defender(Alguém mais pensou na SHIELD aí?).
Lendo Capitão América: A escolha, senti pesar um pouco esta ideia do "Capitão Imperialista América. Pensei em crianças, tendo suas opiniões formadas, lendo histórias com um conteúdo político que favorece os EUA. E quando vejo meus alunos desdenhando aos montes do país que vivem, que se pudessem escolher abandonariam o Brasil ao invés de lutar pela melhoria do país , e que a escolha principal de onde morar são os Estados Unidos, com a resposta de: "Ué, porque lá é melhor!", acredito que essa ideia de dominação norte americana, onde seremos dependentes dos EUA até nos tornarmos cachorrinhos fieis deles, está dando certo...
E em sua opinião. qual seria a resposta da pergunta de nosso Título?
#LeandroSilvio
Capitão América : A escolha trata de um universo alternativo, onde o capitão América está doente e prestes a morrer. A história não apresenta crossover com mais nenhum herói Marvel. É uma história fechada onde o o personagem de ação é um soldado americano que está no Afeganistão e durante as batalhas, cercos a acampamentos terroristas e armadilhas dos terroristas afegãos, ele vê o capitão América o ajudando. A história é excelente, em minha opinião, muito bem escrita porém... A grande quantidade de propaganda ideológica norte americana na história me fazia engasgar quando lia.
Para quem não sabe, sou professor de geografia. Recentemente ,para minhas turmas de oitavo ano estou trabalhando a regionalização do espaço e entre os temas abordados temos a regionalização do espaço geográfico pelo critério de desenvolvimento e a época da guerra fria com o mundo dividido entre mundo capitalista e mundo socialista. Em ambos os temas, os EUA tem papel principal. Desde a guerra fria que os EUA fazem propaganda do sistema capitalista e sua luta pela "liberdade".Trabalhando o tópico guerra fria, acabei por explicar a segunda guerra mundial, momento anterior a este momento história para que os alunos entendessem como o mundo chegou na situação de equilíbrio do terror entre EUA e URSS.
Os quadrinhos exploraram este tema até o esgotamento. Não só as HQs, mas os games e diversos filmes abordaram a temática. Temos diversos personagens oriundos deste momento histórico: O Colossus dos X-Men, O Zangieff de Street Fighter, o Omega Red, inimigo do Wolverine, o Soldado Invernal, que é o Bucky, o ajudante mirim do Capitão América durante a segunda guerra mundial, explicado tim,tim por tim,tim na graphic Novel, Capitão América: O soldado Invernal, a Viúva negra... Enfim, muitos.
Acontece que por muitas vezes os "vilões" da vida real são transportados para os quadrinhos. Porém como estamos falando de quadrinhos norte americanos, estes "vilões" da vida real na verdade são aqueles que os EUA consideram vilões. E quem os EUA considera vilão? Todas as nações que não tem o mesmo modo de vida norte americano.
Entrando na temática de conflitos mundiais ,acabei chegando em terrorismo e passei um trabalho baseado no texto de Nano Souza, do site Universo HQ: "Capitão América: Herói ou vilão?"
O texto trabalha a perspectiva do Capitão ser essa propaganda ideológica norte americana, pregando a maneira de viver dos EUA e enaltecendo o País. O Capitão América seria então um "Agente do imperialismo norte americano" tendo em vista que imperialismo é uma política de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre a outra, ou sobre várias regiões geográficas.E nos dias atuais, com a globalização e uma grande parte do mundo consumir os produtos norte americanos e cada vez mais se portar como os norte americanos, fica difícil dizer que não exista uma estratégia imperialista dos EUA. Parece até teoria da conspiração, mas tratando de mercado e tudo que já foi visto...
E é neste contexto que saiu a Capitão América: A escolha. A história inicia com a visão de um soldado norte americano no Afeganistão sobre os terroristas, e no decorrer da história o Capitão América auxilia mentalmente este soldado por sua Índole. O cara é do Bem. Mas o texto claramente apresenta a opinião dos EUA quanto a outro povo, de modo de vida diferente do norte americano. É praticamente um julgamento, e quem lê de maneira despreparada, concorda sem pestanejar.
Não, longe de mim tentar proteger terroristas e atos de violência! Mas vamos parara para pensar, adquirir um embasamento sobre o assunto? Comecemos conceituando terrorismo, é uma ação caracterizada pelo emprego de violência, de maneira sistemática para criar situações de medo, visando um objetivo político.
O falecido líder Iasser Arafat da Palestina, ou o ex-primeiro ministro de Israel, Menahem Béguin, foram em épocas diferentes, considerados terroristas. Mais tarde ambos foram reconhecidos como líderes de seus povos e agraciados com o prêmio Nobel da paz. Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul , reconhecido como um dos líderes políticos mais respeitados no mundo, antes de falecer, foi considerado terrorista pelas autoridades do governo do país durante a vigencia do regime racista. Foi preso durante 27 anos.
O terrorismo no Brasil ocorreu durante a ditadura militar. Grupos formaram guerrilhas urbanas e rurais constituídas por estudantes e intelectuais. E o governo respondeu com mais repressão, provocando terrorismo de Estado. Foi criado o AI5, que suprimiu os direitos individuais e coletivos da população!
Nos EUA temos o terrorismo doméstico. Dois casos famosos são de Unabomber, que pelo correio durante duas décadas mandou cartas bombas para suas vítimas e Timothy McVeigh, que sentindo-se prejudicado pelo governo, matou 168 pessoas em uma explosão do prédio do governo federal.
Mas nenhum ato de terror é tão mais conhecido do que a explosão das torres gêmeas pelo grupo fundamentalista Islâmico Al Qaeda.
Com maior projeção da mídia mundial, as origens deste grupo remontam a Guerra fria! O Afeganistão lutava contra a URSS para impedir a ocupação. Para frear o socialismo, Os EUA APOIARAM vários grupos islâmicos extremistas, entre eles o Talibã. Um dos dirigentes que recebeu apoio dos EUA na resistência? Osama Bin Laden.
Os EUA, lógico, procuraram estabelecer seu domínio na região do oriente médio, local que possui 60% das reservas petrolíferas do mundo. E é aí que temos a criação da Al Qaeda, que significa A base,e os atentados que fizeram o mundo derramar lágrimas pelas vítimas do World Trade Center.
A história de Capitão América: A escolha, é logo após os atentados terroristas. Antes porém de 2001 já seguia-se um sentimento antiestadunidense no mundo, e mesmo depois dos atentados e da eleição de Barack Obama, ainda encontramos uma crescente antipatia contra os norte americanos. Chegaram a radicalizar: Fãs da Marvel, porém com um gabarito universitário e visão política formada, pediram para a Panini não publicar histórias de teor político do capitão América. Arcos inteiros não deveriam ser publicados devido ao conteúdo político da série do personagem.
E o capitão América é aquele que realmente carrega o estigma de ser norte americano: Seu uniforme é a bandeira do país. Estudiosos afirmam até que ele representa a ideia militarista do próprio Estados Unidos: Ele é um herói intervencionista e tem como sua arma um escudo: Representando que os EUA só atacam para se defender(Alguém mais pensou na SHIELD aí?).
Lendo Capitão América: A escolha, senti pesar um pouco esta ideia do "Capitão Imperialista América. Pensei em crianças, tendo suas opiniões formadas, lendo histórias com um conteúdo político que favorece os EUA. E quando vejo meus alunos desdenhando aos montes do país que vivem, que se pudessem escolher abandonariam o Brasil ao invés de lutar pela melhoria do país , e que a escolha principal de onde morar são os Estados Unidos, com a resposta de: "Ué, porque lá é melhor!", acredito que essa ideia de dominação norte americana, onde seremos dependentes dos EUA até nos tornarmos cachorrinhos fieis deles, está dando certo...
E em sua opinião. qual seria a resposta da pergunta de nosso Título?
#LeandroSilvio
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