Primeiro de tudo, essa resenha não fala sobre o filme do Quarteto que saiu em 2005. Essa resenha é de um filme nunca lançado oficialmente e cheio de boatos e mistérios a respeito do seu não lançamento. O que dizem por ai é que os detentores dos direitos cinematográficos do Quarteto perderiam esse benefício caso não produzissem algum filme.
Como não tinham condições de fazê-lo como pretendiam naquele momento, resolveram filmar um de custo baixíssimo para nunca ser lançado, apenas para prorrogar os direitos dos personagens para uma futura franquia. Para isso, contrataram para a produção o lendário Roger Corman, então bem em baixa, e, para quem não sabe, é um gênio do cinema paupérrimo, que escalou um elenco B e uma equipe C para fazer o filme. Mas o detalho curioso é que ninguém, nem mesmo Corman, sabia da intenção de nunca lançar o que iriam produzir e o fizeram com todo afinco dentro dos limites orçamentários .
Enfim, esse Quarteto Fantástico de 1994 nunca saiu, mas vazou ainda no tempo de VHS e hoje se encontra na internet, mas mesmo assim é bem difícil conseguir uma versão decente na rede .
Mas vamos ao filme. Tudo começa com Dr. Reed e Victor, anos antes, em uma experiência científica para captar os raios cósmicos de um fenômeno espacial chamado “Colossus” (que aqui não é um gigante devorador de planetas), tudo sai errado e Victor é dado como morto ao fim do evento. Anos mais tarde, Dr. Reed corrigi os erros que ocasionaram o acidente e vai para o espaço com o piloto Ben Grimm, levando consigo os irmãos Susan e Johnny Storm (aparentemente para um passeio, já que eles não são cientistas).
Acontece que um vilão tosco trocou o diamante raro necessário para controlar os raios cósmicos por um fajuto e tudo sai errado novamente, numa cena de explosão mal feita. Eles acordam na Terra em meio aos pedaços da nave, porém intactos, mas acham estranho não terem sido destruídos junto com a nave, aí já começa a ocorrer o “Oh Meu Deus!!! Temos super poderes!!!!”.
Mas o vilão, Dr. Doom, que é o Victor (não é spoiler, o filme não faz questão nenhuma de fazer uma surpresa no final), captura os heróis nesse momento de dificuldades. Nesse sentido, a primeira metade do filme é aquela coisa clássica de primeiro longa de super heróis, ou seja, a explicação da origem dos poderes dos personagens.
O Quarteto Fantástico
Já a segunda metade contém uma história. Mostra os vilões que já apareciam na primeira metade do filme fazendo coisas de vilão, como capturar uma mulher qualquer, mas que por uma mera coincidência é o par romântico do Coisa ou o Dr. Doom tentando sugar os poderes do quarteto e dominar o mundo. Não cabe aqui entrar em detalhes da trama, não que contenha algum spoiler precioso, mas o filme não vai muito além disso, e o final é típico de filme de super-heróis, com uma morte por queda de um penhasco (aaaahhh spoiler).
Dr. Reed
O filme é tosco, sim, bem tosco. Pense, na década de 1990, super-heróis não tinham super produções no cinema, eram fora de moda e o Quarteto possui um orçamento ainda mais baixo que o comum, já quem nem era pra ser lançado. Usa todo tipo de trapaça cinematográfica como cenários escuros para disfarçar os detalhes ou então o uso contínuo de closes para a ausência total deles. Os atores são todos se segunda e terceira linha e o figurino é hilário. Além disso, em uma época que CGI era tão caro, e animatronics nem pensar, o jeito em diversos momentos foi colocar uma animação estilo desenho animado para fazer cenas meio impossíveis de realizar com o orçamento exíguo, tal como o Tocha Humana voando, é bizarríssmo. Apesar de tudo, eu achei melhor que a versão de 2005 onde o grande feito do Quarteto é resolver as bobagens que eles mesmo provocaram, ao menos aqui existe um vilão com pinta de vilão. Mas resista à curiosidade, é algo apenas para fãs de super-heróis e cinema tosco.
Assistam um pequeno vídeo :
Postado por : Matheus Ramos